quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Um a cada três

Antes de ler, sobe o som :)

          Um a cada três pensamentos é sobre reminiscências. Um a cada três é sobre o hipotético. Um a cada três é somente para onde a melodia me levar. E ela insiste em me levar para longe, beirando os limites lineares dos pensamentos onde, um a cada três, são arrebatadoramente plenos. Longe o suficiente onde um, a cada três, dança ~~ guiando subversivamente as palavras que precisam ser dedilhadas. Longe aonde o tempo vai passando, e o ritmo cede em conformidade com as fagulhas dos insights, de um a cada três. Tão longe... onde um a cada três se funde em um enredo em tons de sépia de uma tarde de outono. Em um fim de tarde de outono. Em um fim de outono na praia. [Seria esse um deja vú  distorcido?] Lá longe em uma brisa suave bagunçando o meu cabelo, em um “moça, sobre o que você tanto escreve?”, em um fragmento do que poderia ter sido, mas, não, não é possível me adequar ao que não traz impulsos de vida, ao que não me instiga a esticar os dedos para ver se tamanha plenitude pode ser palpável, inundando minha alma de novas sensações. Seria como tentar dançar uma melodia que não toca na alma! Permeando brechas eu descobri uma intensidade fascinante dentro da serenidade de pura e simplesmente estar aqui, e nada além. Estou de braços abertos para um a cada três desejos de liberdade. Que me tome de jeito e arrebate todos os meus teoremas impalpáveis sobre o que vem a ser concreto. Que agregue aos meus devaneios e me proporcione novas poesias. Que alimente essa minha sede de viver. Que sinta a frequência da melodia tocando na alma. Que me leve para longe, longe o suficiente, aonde eu esqueça de um a cada três...

Se você gostou da música e não quer ficar no modo "só mais um repeat", aqui tem a versão estendida 

Abraços
Renata Forné Bernardino

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Epifania

No fim de semana, enquanto caminhava pelo centro de São Paulo ao som de Alabama Shakes, vi o sol entre as folhas de uma árvore. Senti o vento bagunçando meu cabelo. Parei de andar por alguns instantes. Contemplei o cenário de sol e cimento, observando os prédios antigos que tanto gosto. Senti o conforto do chinelo, parceiro de tantas voltas pelo bairro #euamoomeubairro. Olhei para meus pés, eles estavam estáticos enquanto carros passavam e pessoas cruzavam comigo, seguindo seus próprios roteiros. 
Eu não tinha um roteiro...

Eu estava livre!

Enquanto sentia o sol nos meus ombros, eu me senti viva. Tão viva quanto me senti enquanto dançava na chuva lá na Pedra do Sal, no Rio de Janeiro. Tão viva quanto me senti no final de semana anterior, enquanto descia a serra para praia, com os vidros abertos, sentindo o vento no rosto e cantando loucamente. 
Eu estava ali, parada, me sentindo extremamente viva.
Eu abri meus braços e respirei fundo por alguns instantes. 
Eu estava ali por completo, de corpo e de alma. 
Eu, simples e completamente, estava ali. 
Eu senti minha alma leve, livre dos diálogos e dos dilemas.
Eu tive uma epifania.
Eu me senti por inteiro. 
  

Eu estava livre! 

E eu estava contemplando tanto essa sensação que até esqueci de tirar foto, então fica a da Pedra do Sal :)

Abraços
Renata Forné Bernardino


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A verdade e a relatividade

O que faz uma história sobreviver ao tempo e ao espaço é a verdade que ela carrega. É apena a verdade que busco quando escrevo. Seja nos fatos, seja nas emoções, é a verdade embutida, em cada palavra e gesto, que faz as minhas histórias, escritas e vividas, permearem o tempo e o espaço, mostrando o quanto essas medidas são relativas.


Abraços
Alice e Renata Forné Bernardino

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um ano de "eu amo a minha casa" \o/

Um ano. 12 meses. 52 semanas. 365 dias. É, o tempo passa muito rápido. Completaram-se 365 dias de “eu amo a minha casa” e “eu amo meu bairro”, 52 semanas dançando durante a faxina, 12 alugueis pagos em dia. O que não cabem em números ou cifrões são os momentos preciosos que vivi nos meus “30m² de pura felicidade”. Quantas histórias, quantas memórias, quantas saudades eu já sinto daqui!
Depois de um ano, meus gatos e eu, estamos firmes e fortes. Eu já tinha um lado Katrina, um lado Alice e, nesse período, conheci o lado Amélia. Meu, juro que não tinha noção que fosse gostar TANTO de ser dona de casa. Fazer mercado, limpar a casa e cozinhar, são pequenas alegrias para mim. Sim, tem dia que eu peço comida, tem dia que adio a faxina, tem dia que eu deixo a camisa jogada na mesa de jantar, tem dia que eu ligo o foda-se foda-se foda-se, sabendo que, no dia seguinte, eu vou precisar colocar tudo no lugar.
Romeu brisado Bartolomeu comemorando um ano de "eu amo minha casa", com bolo de nozes e guaraná 
 Eu estou longe de ser a moça que se mudou para cá dia 19 de julho de 2014, na verdade já não sou mais a mesma mulher que era no mês passado. “Life is what happens to you while you’re busy making other plans” LENNON, John <3 vou ter que tatuar essa frase. Todas as situações que a vida me impôs, neste tempo, fizeram com que eu revisse vários conceitos. E aconteceu coisa pra caralho. Foram momentos felizes e doloridos, situações que poucas pessoas conhecem, pois não costumo compartilhar tudo nas redes sociais. Foram momentos que só eu sei o que significam e aprendizados que só eu sei que tive. No meio de uma fase em que está acontecendo tanta coisa simultaneamente, hoje percebo o quanto estou mais calma e parei de planejar tanto a vida, pois tudo muda rápido demais. É bem aquela coisa: calma, nada está sob controle. Então, hoje, a prioridade é cumprir com todas as minhas responsabilidades, pagar todas as minhas contas, cuidar dos meus filhos de quatro patas e estar perto das pessoas que eu gosto, mostrando para elas o quanto elas significam, pois, como já escrevi diversas vezes, o que realmente importa são as pessoas.
Se era mais fácil quando eu morava com meus pais? Sim, é óbvio! Mas eu não troco a vida que tenho hoje por nada, pois, quando estou em casa, estou em paz. É no silêncio do meu santuário que encontro meu equilíbrio. É vendo a minha individualidade espalhada em todos os cômodos da casa que me sinto completa. Mesmo em uma fase tão tumultuada, eu consigo sorrir encantada com a vida que levo.
Abraços
Renata Forné Bernardino, Katrina, Alice e Amélia.

  

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Calma, nada está sob controle...

Sempre que preciso acalmar meus pensamentos eu subo no terraço dos meus 30 m² de pura felicidade. Observando a imensidão de São Paulo, tantas pessoas com suas histórias, deixo o som da rotina da selva de pedra aquietar meus diálogos internos. "Calma, nada está sob controle!". A vida sacode, muda tudo de lugar repentinamente e, ao mesmo tempo em que apresenta uma realidade dolorida, afaga delicadamente com preciosos aprendizados. Meus pés estão fincados no presente e não preciso pronunciar palavras, pois meus olhos sempre entregam tudo o que se passa na minha alma. Não busco certezas absolutas para uma vida inteira, eu sei que daqui a pouco as minhas perguntas serão reformuladas, afinal, nada está sob controle. 


Ah, eu já sinto muitas saudades daqui...

Abraços
Renata Forné Bernardino

terça-feira, 19 de maio de 2015

Prazer, Alice!

       “Poderia escrever sobre tantas coisas, mas é uma corrida contra o tempo e são tantos os pormenores envolvidos. É a música que acaba, o farol que abre, um ‘oi’, uma memória musical, um ‘a gente vai se falando’, uma saudade, é uma vida inteira acontecendo em fragmentos de cotidiano.”. Alice S.
         Eu sempre gostei muito de escrever, para mim isso tão natural quanto escovar os dentes. O ritual de pegar o caderno, colocar uma música e despejar meus pensamentos no papel, começou aos 13 anos. Desde então, foram muitos cadernos, agendas e guardanapos de boteco. Escrevia sempre e em qualquer lugar, as palavras simplesmente fluíam e isso me bastava, pois, escrever sempre aliviou minha alma. Mesmo gostando de escrever relutei para fazer jornalismo, apesar do incentivo do meu pai, eu achava que ia ser um porre escrever sobre assuntos que seria “obrigada” para pagar as minhas contas. Acabei fazendo e a faculdade foi muito bacana. Apesar de todos os percalços, fui muito bem no curso e nunca peguei nem um exame. Depois já fiz uma pós-graduação e, por muito tempo, só escrevi sobre temas que pagavam o meu salário.
“Pensando na minha relação com o tempo resolvi reler coisas antigas, foi quando entendi Leminski ‘abrindo um antigo caderno foi que eu descobri antigamente eu era eterno’. Eu era boa nessa coisa de despejar meus pensamentos no papel. Era natural, intrínseco e voraz. Minha alma ali, despida pela caneta, descrita por palavras que pudessem esmiuçar meus sentimentos. Hoje, mais interessante e centrada, aprendi a ser mais direta, menos poeta, perdendo o brilho para o tom da objetividade (inexistente) que exige a profissão. A beleza da autenticidade deu espaço aos moldes da pirâmide, o lead enquadrou a espontaneidade e, agora, rompo com essas formalidades para assinar meus dizeres apenas como EU”. Escrevi esse texto em novembro de 2013, depois de anos sem escrever algo que viesse das minhas entranhas poéticas. Depois desse texto eu passei por mais um tempo sem escrever nada que fizesse sentido para a minha alma, até dia 11 de janeiro de 2014, quando fui apresentada para Alice.
Era uma linda noite de verão. Eu sai para dançar e uma amiga me apresentou para o Edgar, poeta a quem serei eternamente grata! Ela contou para ele que eu também escrevia e começamos a falar sobre isso. Contei que fiquei um bom tempo sem escrever, pois minha veia poética tinha secado com a rotina de jornalista. Quem nasceu para poesia não gosta da vida em tons de cinza, precisa de uma paleta para colorir a vida, mas minha inspiração para pintar a vida estava dormente em algum lugar aqui dentro. Então ele me deu a ideia genial de assinar meus textos com outro nome:
- Qual o primeiro nome que vem na sua cabeça?
- Alice!
- Prazer, Alice.
            Nessa mesma noite eu já tive vontade de escrever. Edgar me emprestou o celular dele, onde escrevi uma nota que ele me enviou depois:
“Sobre a batida da música...
Putz, ela invade de um jeito que é difícil quantificar. É o ápice da liberdade ali, pura e simplesmente em sua essência, tocando na alma.
Alice”.
Depois disso eu reencontrei o meu lado poeta, o lado colorido, e voltei a escrever como aquela adolescente que só precisava de um pedacinho de papel em branco para se sentir livre e plena ao colocar seus pensamentos e sentimentos ali. Nesse tempo, como Alice, muitas pessoas me mandaram mensagens na página do blog querendo saber quem eu realmente era, me faziam perguntas sobre os textos e diziam que se identificavam com o que eu escrevia.
Por um bom tempo eu quis manter Alice intocada em seu mundo tão cheio de vida. Renata escrevia sobre os assuntos práticos que pagam as contas e Alice sobre o melhor lado da vida. Alice é pura poesia, ela vê emoção em tudo, ela vê o infinito sem piscar, ela se joga na vida e escreve sobre tudo o que faz seus olhos brilharem. Resumindo: Renata é o lado racional e Alice o sensível. Convivemos, nós duas, muito bem assim durante um bom tempo, mas depois que eu vim morar sozinha, e me encontrei como ser único no universo, passei a ver esse lado de poeta peregrina com mais carinho, tanto que Alice escreve nas paredes de casa. Quando eu comprovei que uma das nossas forças é reconhecer nossa sensibilidade, eu passei a entender e aceitar meu lado Alice.



                             Alice, Renata, Renata, Alice...

Teve um momento específico que li Renata e Alice. Durante o Lollapalooza deste ano eu escrevi um texto tão profundo e verdadeiro, tão fiel às duas, que percebi que, finalmente, a jornalista e a poeta peregrina se unificaram em uma única escritora. Então resolvi assumir Alice de uma vez. Algumas pessoas perguntaram se eu estava acabando com a Alice, se eu ia parar de escrever poesias. Meeeeu, NÃO! Não estou rompendo com ela. Pelo contrário, estou acolhendo e assumindo Alice em sua totalidade, ou seja, meu lado poeta. Agora os textos de Alice serão publicados aqui, nesse blog, na coluna “o surpreendente sabor do inusitado”, frase muito pronunciada pela Alice que certa vez escreveu: ah, o delicioso sabor do inusitado! Aquele gostinho de quero mais que surge como fogos de artifício nas papilas gustativas...
Então é isso :) 
Até o próximo post de Alice ou Renata
Abraços

Alice S. e Renata Forné Bernardino

domingo, 26 de abril de 2015

Ocasiões em que o "colinho" cai bem

           A independência é algo maravilhoso, porém, existem momentos em que você simplesmente não pode se virar sozinho e não há nada de errado em pedir ajuda. Nesses 10 meses morando sozinha eu precisei de refúgio na casa dos meus pais duas vezes. A primeira vez foi planejada, quando fiz a cirurgia para retirada das amígdalas, e mais a pedido da minha mãe, que queria cuidar de mim no pós operatório. Já a segunda foi de improviso quando, recentemente, tive dengue.
               Na ocasião da cirurgia, foi tudo organizado, arrumei uma mala com as roupas, separei as coisinhas dos meus gatos e fomos os três passar uma semana na casa dos meus pais, como nos velhos tempos. Confesso que foi estranho dormir no meu antigo quarto, pois não sentia mais ele como “meu”. Era um quarto com alguns dos meus livros, minha antiga cama e o closet da minha mãe. Também estranhava o barulho na casa logo pela manhã, pois eu me adaptei muito rápido ao silêncio matinal. Outra coisa com a qual eu estava desacostumada era com “a hora da novela”, pois eu quase não vejo mais tv. No fim, apesar de estranhar algumas coisas, foi uma semana em que revivi o acolhimento de sempre e me recuperei cheia de paparicos, pois minha mãe fazia tudo o que por ventura eu conseguiria comer tempos difíceis de sopa fria e gelatina.
Como nos velhos tempos, nós e o Pepe, pois o Romeu estava brisando...

               Dengue, só de pensar já me arrepia a espinha. Sério, não existe dignidade quando se está com dengue. Eu comecei a ter os sintomas em um domingo à noite, em um churrasco. Primeiro foi a febre, com a qual não me preocupei. Chegando em casa, começou a diarreia e eu estava crente que era uma dessas viroses loucas. Na segunda-feira fui trabalhar e a febre estava insistente, fui para casa mais cedo, dormi muito, e na terça nem fui trabalhar. A diarreia piorou e, cada vez que pisava no chão, parecia que minha cabeça ia explodir. Então ouvi o conselho da minha mãe e fui ao hospital, sozinha.
               Ao ser examinada pela médica, ela disse que ia pedir uns exames de sangue, mas, ao que tudo já indicava, era dengue. Enquanto era medicada e aguardava o resultado dos exames, recebi um carinho muito bacana de pessoas que também moram sozinhas e se prontificaram a me ajudar, foi importante pra mim ver o quanto estou rodeada por pessoas que realmente se importam comigo. Enfim, era dengue mesmo, meu pai me buscou no hospital e fui direto para casa dele. No tempo em que fiquei hospedada nos meus pais, eles me traziam em casa para colocar comida para os meus filhos de quatro patas, e eu podia matar um pouco a saudade deles.
               Foram praticamente 10 dias de molho.  10 dias de dores, febre, diarreia, desidratação e manchas vermelhas pelo corpo. 10 longos dias em que estava longe dos meus 30 m² de pura felicidade, preocupada com os meus gatos e com o trabalho. 10 dias em que pude perceber com quem eu realmente podia contar, quando fui surpreendida negativa e positivamente, pois pessoas que eu mal esperava estavam todo dia ali, mesmo que fosse para perguntar como eu estava com a piadinha clássica de quem tem dengue, “e ai, dengosa, como você está hoje?”.  10 dias onde aprendi que suco de inhame não é tão ruim assim. 10 dias em que chá era néctar dos Deuses. Foram, sobretudo, 10 dias em que eu agradeci muito pelos pais incríveis que tenho, pois, de verdade, sem eles, esses 10 dias teriam sido muito piores. Pai e mãe, vocês são os melhores! <3
Abraços

Renata Forné Bernardino

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O primeiro "home rolê"

Como disse no post da semana passada, aos poucos vou contar as primeiras vivências que mais me marcaram nos meus 30m² de pura felicidade. Quando morava com meus pais minhas amigas dormiam em casa, fazíamos rodada de poker e jantares. Quando vim morar sozinha levei um tempo até convidar meus amigos para conhecerem minha casa (e tem muita gente querida que ainda não veio aqui), eu precisava de um tempo só meu com meus bichanos em casa, e, até hoje, aprecio bastante esses momentos com eles. Uma coisa é uma reunião de amigos na casa dos seus pais, outra coisa é receber seus amigos no seu lar. Então resolvi organizar o primeiro home rolê nos meus 30 m² de pura felicidade <3.
Para a primeira edição do home rolê, dia 20 de Setembro de 2014, convidei alguns amigos que também não moram mais com os pais, pois compartilhamos situações em comum. Preparei minha especialidade, risoto de camarão, o qual servi na fruteira, até hoje não tenho refratários para servir um jantar hehe, e o pessoal trouxe vinho. Acabamos com o risoto, com o vinho e com a cerveja, conversamos e todos colocaram suas músicas favoritas enquanto curtíamos a noite sob a luz azul do abajur da sala, que intensifica as frases que já havia escrito em minhas paredes. Nessa noite eles responderam a pergunta que escrevi em uma delas: “o que minhas paredes dizem?” (e essa brisa fica para outro texto, pois a história é loooooooooonga).


Katita tirou essa foto enquanto eu viajava e o texto que escrevi sobre o que pensava nessa hora foi:

O flash condensa um instante que pode ser infinito. O que realmente acontecia ali? Quais emoções não foram impregnadas na imagem? 
O que se leva da vida são histórias e eu até queria condensar essa história, mas com prazo de validade, pois hoje tudo o que soa como eterno parece estranhamente fútil, coisa de gente que tem preguiça, preguiça do novo, do surpreendente sabor do inusitado e eu adoro o sabor do inusitado, me satisfaço com ele.
E o meu destino é sempre mais, ele transcende! Vai aonde meus pés e meu coração me levarem, e eu apenas sigo andando, sem rumo muito certo, pois a liberdade me conduz de braços abertos.

Selfie do primeiro home rolê <3


A legenda da foto surgiu com fragmentos de assuntos que surgiram durante o jantar:
“Agora!
Risoto de camarão servido na fruteira, cerveja e vinho no copo se vidro.

Uhu, viva o home rolê!

Sensacional, sensacional

Vai aê, vai aê?
A profecia das pedras
Não seguir padrões!
Por que a gente não pensou nisso antes?
A zuada do rolê - ; -
Essa é a trilha sonora da minha vida!
Que maldade, Angélica...
Augusta que saudade!
Augusta, graças a Deus, entre você e a Angélica eu encontrei a Consolação!


            Como somos peregrinos, eram mais de 2h da manhã quando subimos para a Augusta que saudade, foi quando a noite voou. A Katita e o Ivan já tinham ido embora. Quando dei por mim eram 7h da manhã e eu estava caminhando na Paulista. Comecei a descer a Augusta, fotografando as frases nos muros, e encontrei a Cris. Paramos no Pescador para ver uma galera fazendo um som e fomos embora. Ah, que saudades dessa noite memorável! 
Até o texto da semana que vem :)
Abraços
Renata Forné Bernardino

terça-feira, 7 de abril de 2015

O primeiro fim de semana nos 30 m² de pura felicidade

É incrível como o tempo passa rápido. A sensação que tenho é que me mudei há dois meses, mas, na verdade, dia 20 de abril completarão 10 meses de “eu amo a minha casa”, “eu amo o meu bairro”. Passei um longo período sem atualizar o blog, período em que vivenciei uma introspecção muito intensa e mais refleti do que escrevi, mas, agora estou de volta ;)
Prestes a completar um ano morando sozinha sigo reafirmando que essa é uma vivencia que TODO MUNDO deve ter na vida, pois é quando você vive sozinho que realmente entra em contato com a sua essência. Nesse tempo você nota uma série de manias que nem você sabia que tinha, passa a respeitar mais a individualidade do outro e exige que valorizem a sua, aliás, você realmente se encontra como indivíduo único no universo e espalha isso em todos os cômodos da casa [eu, inclusive, escrevo nas paredes dos meus 30m² de pura felicidade]. Vou falar sobre essas, e outas, descobertas com mais carinho posteriormente.
Muitas situações me marcaram nesse tempo. Os primeiros momentos de cada vivência foram únicos, por isso também vou falar depois, pois cada um merece ser narrado de modo especial. A primeira faxina, por exemplo, fiz logo após terminar de colocar tudo no lugar, lembro-me de pensar “nossa, sou melhor nisso do que imaginava” e, de verdade, eu curto pacas limpar a minha casa, mas voltemos ao que interessa: o primeiro fim de semana nos meus 30m² de pura felicidade. Dia 20 de junho pulei da cama às 7h, tomei o último banho na casa da minha mãe e fui embora com o carro mega lotado com o resto da mudança.
Enquanto esperava a entrega e montagem dos móveis comecei a fazer um stencil na cabeceira na cama, que foi entregue enquanto eu pintava. Nesse tempo também começaram a montar os móveis do quarto e o armário da cozinha. Tudo acontecendo junto e misturado. Comi um sanduba para enganar a fome e comecei a colocar as roupas no armário, nisso a Cris chegou. Logo depois chegaram o Ivan e o Will, que levaram um vinho e um resto de bolo para me darem boas-vindas. Tomamos o vinho e apreciamos a vista da minha gigantesca varanda. Foi quando tirei a primeira foto da vista do meu apartamento e filosofamos sobre o roots, o empirismo e os tipos de ressaca. Como era uma sexta-feira, CLARO, que a gente foi pra rua.

Cheguei, Bela Vista \o/

Primeiro rolê morando à três quadras da Rua Augusta <3. Pra variar, fomos ao Roxo, boteco com banda ao vivo, sinuca e cerveja com preço honesto. Curtimos e cada um foi pra sua casa na hora que bateu o sono. Lembro-me de chegar em casa levemente alcoolizada e pensar “puta merda, não coloquei lençol na cama”. Foi quando descobri que tenho um lado mais careta do que eu pensava, pois eram mais de 4h da manhã quando eu comecei a tirar o plástico do colchão, para poder passar a primeira noite na minha casa com a cama arrumada.
Acordei algumas vezes pensando “meu, eu estou mesmo aqui”, estava encantada. Levantei bem cedo, 8h, o que é de madruga para mim em um sábado. A Net foi instalada, o zelador fez os furos para eu pendurar as cortinas, coloquei tudo no lugar e fiz a primeira faxina. Nesse dia curti a primeira soneca vespertina no meu cafofo ~ah~ que delícia dormir de tarde sem ninguém fazendo barulho em casa! Levantei e encontrei a Cris. Fomos dançar na DJ Club, balada que eu amava, mas que quase não ia mais por ser longe de casa. Naquele dia fui a pé e a frase da noite foi: sabe como eu vou pro rolê??? A pé!!!!! Voltar para casa sem se preocupar com condução ou gastar com taxi foi maravilhoso. Nessa noite também acordei maravilhada algumas vezes pensando “meu, eu estou na MINHA casinha”.
Domingo, dia nacional da preguiça, era uma linda tarde de começo de inverno e de vida nova. Passarinhos cantavam na árvore em frente à minha janela. Resolvi explorar o bairro.,peguei meus fones de ouvido e saí andando. Peregrinei até a hora de voltar para preparar o primeiro jantar para os meus pais. A reação deles ao entrarem em casa foi estranha. Minha mãe ainda não lidava bem com a situação e, hoje, eu compreendo melhor o quanto foi difícil pra ela eu ir morar sozinha. Meu pai, por outro lado, parecia mais tranquilo, mas fiscalizou as tomadas da casa para ver se eram seguras hahaha.


Depois de tantos primeiros momentos eu só penso o quanto isso tudo ainda consegue me encantar apesar das dificuldades e, acredite, pagar as contas não é o mais difícil quando você está administrando toda a sua vida sozinho. Além de cuidar do lar e pagar tudo em dia, você precisa, principalmente, cuidar do seu bem estar físico e emocional, e essa é a parte mais gratificante.
Abraços
Renata Forné Bernardino