segunda-feira, 1 de setembro de 2014

As pequenas e grandes despedidas nos preparativos da mudança

Conforme você leu no post anterior, estava tudo certo na imobiliária e era hora de correr com a mudança. Fui ao apartamento com uma trena para medir tudo direitinho [vai por mim, ao morar em 30m² de pura felicidade é preciso otimizar o espaço em cada detalhe] e sai para comprar os itens primordiais. Fui na Preçolandia, Camicado e outras lojas do gênero, comprei talheres, panos de prato, alguns potinhos (todos pequenos), jogo de jantar, copos [ainda não tenho taças de vinho] e me dei de presente de dia dos namorados um lindo jogo de panelas vermelhas. Também comprei um dos itens de sobrevivência primordiais para quem mora sozinho: o micro-ondas! No apartamento já tinha um fogão embutido com um frigobar, então optei em não comprar uma geladeira [para minha sorte ganhei uma de presente da minha mãe e da minha tia, era difícil escolher entre ter leite ou cerveja gelados depois de uma semana só com o frigobar, já estava sentindo saudades do leite].
Fiz as compras e corri para encaixotar minha mudança, ela seria em menos de uma semana, no feriado de Corpus Christi. Escolhi o feriado por dois motivos: teria mais tempo para me mudar e atenderia um pedido da minha mãe, pois ela não queria estar em casa quando eu saísse em definitivo. Então era hora de encaixotar tudo e, a cada coisa que mexia, pensava “putz, vou mesmo me mudar!”. Em meio as expectativas de como seria essa vida em que, além da minha rotina normal, eu também seria dona de casa e administraria minha vida sozinha, fui me deparando com diversas emoções e reflexões. A primeira veio no momento quando precisei me indagar sobre o que eu iria levar para os meus 30m³ de pura felicidade. Foi então que me dei conta de quanta tralha eu tinha! Desapeguei sem dó, tudo o que não usava há mais de seis meses foi para doação.
Caixas para todos os lados, sacolas para doação e diversas sensações. Se você acha que quando for morar sozinho vai estar frenético uhu, liberdade, prepare-se, pois antes de iniciar o novo ciclo você vai ter que encerrar o atual, e essas pequenas despedidas emocionam muito. Enquanto eu me despedida de toda aquela vida ao qual estava muito acostumada, vibrava com as expectativas dessa vida nova que me proporcionaria o crescimento que eu tanto queria ao administrar minha vida sozinha. Claro que também tem a questão da liberdade, embora eu tivesse uma liberdade absurda na casa dos meus pais, convenhamos que não é a mesma coisa [se eu estivesse lá certamente minha mãe já teria falado para eu ir dormir umas três vezes, mas eu gosto mesmo é de escrever na madrugada], eu queria sair da zona de conforto, queria voar, pois minhas asas já estavam prontas para isso.
Encaixotei tudo em três dias, tempo em que também fiscalizei as obras no apartamento. Só deixei algumas roupas para os dias que seguiriam até a tão sonhada mudança. Nisso veio o fim de semana, o último na casa dos meus pais. A coisa mais rara que existe é me achar em casa nos fins de semana e naquele não seria diferente [até pensei que teria uma fase caseira ao morar sozinha, mas nesses dois meses isso ainda não aconteceu]. Resolvi vir para a Augusta \o/ [agora moro bem pertinho dela <3], encontrar com meus amigos que moram aqui perto. Era a última vez que eu teria que atravessar a cidade para ir pra balada. Como eu não gosto de beber e dirigir, deixei o carro em casa e voltei de taxi. Como quase sempre, o sol já estava raiando e eu comecei a observar cada detalhe do percurso que já tinha feito tantas vezes, mas daquela vez era diferente, pois era a última vez que fazia aquele caminho voltando para casa. O taxista perguntou o por quê da minha emoção, então falei: é o adeus.
O adeus precisa acontecer e, normalmente, ele é difícil. Os meus pais respeitaram minha decisão de morar sozinha, mas foi complicado para eles, tenho a impressão de que para minha mãe foi um pouco mais. A nossa despedida aconteceu antes da minha mudança, na quarta-feira (17 de junho), quando eles foram viajar. Foi um momento muito emocionante. Eu via no rosto da minha mãe o quanto ela estava triste por eu estar indo embora, mas ela conteve a emoção e me deu tchau como se eu fosse estar lá quando ela voltasse. Já meu pai, bom, ele me abraçou de um modo diferente. Eles desceram e quando cheguei na garagem com algumas caixas para colocar no carro, meu pai estava lá. Ele me deu mais um abraço e, quando percebi, ele estava chorando e eu também não me contive. Ele disse emocionado “isso é muito chato, é triste ver você indo embora”. Eu disse que ele já tinha passado por isso duas vezes antes, me referindo aos meus irmãos. Então ele falou que era diferente, pois eu sou a única filha mulher que resolveu sair de casa para morar sozinha. Eu abracei ele e disse: “pai, você deveria ficar triste se eu me acomodasse e não vivesse esse meu sonho. Não há nada de errado em morar sozinha, errado é ser infeliz ou ficar com alguém para não estar sozinha, estou bem comigo mesma e com meus gatos. Não estou saindo de casa por problemas com vocês, estou indo porque quero essa vivência”. Nos abraçamos e choramos por mais alguns instantes...   
Em tudo na vida, antes de iniciar um novo capitulo, precisamos encerrar o anterior. Em menos de uma semana vivi diversos encerramentos/adeus. Todos eles, em cada detalhe, me emocionaram, inclusive o último pôr do sol morando no 19° andar. Tinha o costume de tomar um café enquanto observava o sol dando espaço para lua, sempre ouvindo uma música e captando inspiração para escrever. Tinha um apreço especial em tirar fotos daqueles momentos, mas naquele dia eu não quis registrar nada, simplesmente apreciei e me despedi. Naquela noite, 19 de junho, voltei ao apartamento para trazer mais umas coisas. Não tinha nenhum móvel, mas tinha copos, vinho, pipoca [sabor tempero do chef #delícia] e micro-ondas. Enquanto eu guardava os utensílios de cozinha chegou minha primeira visita, a Cris. Sentamos no chão e eu falava: “tá vendo a torre? Então, eu não canso do olhar, era aqui eu queria morar!” Eu não cabia em mim de felicidade. 
A primeira no visita que recebi nos meus 30m² de pura felicidade
Voltei para casa dos meus pais e escrevi um cartão para eles, queria deixar algo para quando eles chegassem lá. Chorei muito enquanto colocava aquele adeus e meus agradecimentos no cartão. Fui dormir, pela última vez na casa dos meus pais, pensando que na noite seguinte eu estaria nos meus 30m² de pura felicidade! E os detalhes da mudança você acompanha no próximo post.
Abraços
        Renata Forné Bernardino

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A primeira visita no apartamento

Conforme você leu no post anterior, finalmente tinha achando um apartamento que fez meus olhos brilharem. Liguei na imobiliária e agendei uma visita para o dia seguinte. Quem me conhece sabe que eu tenho uma relação bem bacana com Deus e, naquela noite, bati um papo bem direto com ele: Deus, você sabe o quanto eu espero por isso, mas não quero ir no ímpeto das minhas vontades, então me manda um sinal, qualquer um, que eu vou entender e seguir a intuição que você me mandar. Foi difícil dormir naquela noite em que estava cheia de expectativas para ver aquele que poderia ser o meu primeiro lar. Dormi, trabalhei e finalmente chegou o momento de ir.
Já no carro, tentei esvaziar minha mente durante o percurso e lembrei-me do meu papo com Deus na noite anterior. Quando estava na Avenida Nove de Julho vi a torre da Paulista e, como sofro de memórias musicais, lembro-me até da música que estava tocando (eat that up, it’s good foi you do Two Door Cinema Club), nesse momento fui tomada de uma emoção inexplicável. Uma sensação incrivelmente boa invadiu minha alma e comecei a chorar de emoção, pensei: obrigado Deus, eu entendi.
Logo cheguei no endereço e me apresentei para o porteiro. O zelador estava de saída e autorizou que Luciano (o porteiro) me apresentasse o apartamento, mas já lançou: moça, é bem pequeno. Eu só pensava que minha felicidade cabia em 30 m² [mal sabia que ela ultrapassaria essas paredes]. O apartamento estava sujo e precisava de alguns consertos e, ainda assim, achava ele perfeito. Não tenho palavras e olha que isso é difícil para descrever a paz que senti naqueles 30 m². Era ali que queria começar minha jornada. Era ali o meu primeiro cantinho. Tinha achado o meu primeiro lar, mesmo que não fosse o meu nome que constasse como proprietária.
Logo que sai do apartamento liguei na imobiliária e falei que queria alugá-lo. Recebi o e-mail com toda a documentação necessária (que não é pouca) e comecei a juntar toda a papelada. Enviei tudo e aí veio o momento difícil pouca ansiedade é bobagem: esperar a confirmação de que seria alugado para mim. Poucas pessoas sabiam de tudo o que estava acontecendo, pois optei em viver esse momento o mais sozinha possível [tanto que me mudei em um feriado] para administrar as emoções que surgiam, sendo que transformei boa parte delas em textos. Então veio o “ok” da imobiliária, era só assinar o contrato e me mudar. Foi quando caiu a ficha que eu precisava correr para comprar o mínimo necessário antes do #partiucasanova! Os detalhes dos preparativos da mudança você lê no post da semana que vem ;)
Abraços

Renata Forné Bernardino

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Primeiras considerações antes de procurar meu primeiro apartamento

                Depois de meses procurando apartamento para comprar, ficava cada vez mais desaminada com o preço exorbitante dos imóveis, enquanto a minha necessidade de morar sozinha crescia a cada dia. Há anos sonhava com isso, mas como sempre tive uma relação muito boa com meus pais não tive pressa em me mudar, entretanto, aquela vontade só insistia em crescer e crescer. Meu mundo não cabia no meu antigo quarto, eu precisava da minha individualidade espalhada por todo canto, tinha que começar a escrever esse novo capítulo e não podia esperar mais.
                Conversei com várias pessoas que também moram de aluguel e vi que, na verdade, era um ótimo meio de começar minha jornada. Alugar me fornece a flexibilidade de poder experimentar morar em locais diferentes antes de “casar” com um imóvel e essa ideia foi se tornando cada vez mais sedutora. Ouvi diversos comentários do tipo “você é louca” e “nunca vai ter retorno desse dinheiro”, entre outros. Depois de pouco mais de um mês morando sozinha constato que tenho, sim, o retorno do meu dinheiro através da felicidade que sinto na minha casa <3.
                Como escrevi no post anterior, morar sozinha não é como comprar uma cerveja no boteco vê a que tá mais gelada desde que não seja Cristal, então avaliei uma série de fatores importantes antes de começar a saga “procurando o primeiro apartamento”. Quanto posso pagar para morar sozinha sem sacrificar minha vida social? Fiz uma estimativa somando aluguel, condomínio, água, luz, internet e supermercado. Depois comparei os preços no centro e na zona norte (local onde morava com meus pais), se eu ficasse na zona norte poderia alugar um apartamento de dois dormitórios para fazer um home office bacana, mas o que era mais importante: o espaço ou a localização? Avaliei a praticidade de morar perto do trabalho, afinal, era bom levar 10 minutos de casa para a redação, mas e a vontade de morar no centro? Decidi que preferia dormir menos durante a semana e que abriria mão do home office bacana para morar onde sempre quis.
               Decisão tomada, #partiucentrodesampa hora de procurar o tão sonhado cantinho. Conversei com a Cris (uma amiga minha que mora no centro), ela visitou diversos apartamentos no prédio dela e me mandou foto de todos. Liguei um por um e todos estavam no meu orçamento, mas não houve o encantamento. Continuei minha procura no zap imóveis e achei um apartamento gracinha na Rua Pain, mas ainda não era bem o que eu queria. Liguei na imobiliária e perguntei quais outras opções eles tinham na região, recebi um e-mail com 15 apartamentos. O primeiro que vi despertou meu interesse, depois dele não vi graça em mais nenhum. Liguei na imobiliária e agendei uma visita para o dia seguinte, a qual você confere os detalhes no post da semana que vem :) 
Abraços
Renata Forné Bernardino

domingo, 27 de julho de 2014

Olá!

Todo blog costuma ter um texto de apresentação e eu vou seguir a tradição, mas antes de falar do meu cantinho virtual, vou falar um pouco de mim, afinal, vou postar aqui textos referentes ao meu cotidiano. Meu nome é Renata, sou jornalista e, atualmente, estou com 30 anos. Escrever é uma coisa tão natural em mim que não consigo me imaginar fazendo outra coisa, adoro pegar meu caderninho e impregnar ele com palavras sobre sentimentos. Relatar emoções e histórias é algo que me traz um prazer imensurável, então estou aproveitando um momento de muitas vivências para criar esse blog.
A ideia de criá-lo surgiu há mais ou menos duas semanas, quando finalmente estava adaptada com a rotina de morar sozinha. Normalmente as moças saem da casa dos pais para casar, mas eu não estava à espera de um príncipe encantado que me buscasse em seu cavalo branco para um “felizes para sempre”, acredito em pessoas reais, com qualidades e defeitos reais, mas o intuito, nesse momento, não é falar sobre como encaro relacionamentos.  
Há muito eu sonhava em ter o meu cantinho, mas ele tinha que ser meu, só meu, e dos meus bichanos [tenho dois gatos que para minha felicidade se adaptaram muito bem na casinha nova]. Meu cantinho, minhas regras (ou falta delas).  Morar sozinha não é como comprar uma cerveja no boteco vê a que tá mais gelada, desde que não seja Bavária, então fiz um planejamento e guardava meu suado dinheirinho. Meu objetivo, a princípio, era comprar um apartamento, de preferência com dois quartos para que eu pudesse montar um home office legal, pois tenho o privilégio de trabalhar em casa alguns dias no mês. No começo do ano iniciei um enxoval para a tão sonhada casa nova: paninhos e xícaras para cappuccino [as quais ainda não usei], entre outras coisinhas de cozinha.
Como costumo dizer “a vida é para quem não tem preguiça” isso podia virar frase do biscoito da sorte, comecei a procurar apartamentos e tudo estava absurdamente caro, principalmente onde eu sonhava em morar, no centro de São Paulo. Nesse percurso apareceram duas ótimas opções na Freguesia do Ó, bairro onde trabalho e morava com meus pais. O preço era muito atrativo, mas a vida de jornalista não registrada dificultou muito as coisas na hora de pedir um financiamento. O sonho da “casa própria” parecia cada vez mais distante e a necessidade de ter o meu espaço só crescia, pois meu mundo não cabia mais no meu antigo quarto.
Muitas coisas aconteceram [coisas que não vem ao caso detalhar] e eu cheguei à conclusão que era hora de voar, lembrei-me daquele ditado: se a vida te dá um limão, espreme, coloca açúcar e faz uma limonada. Já que comprar era algo inviável no momento, bora alugar! Eu apenas precisava dar esse primeiro passo. Conversei com amigas muito queridas e comecei a analisar possibilidades [Cris, Dani, Renata e Rosana, vocês foram umas lindas nesse processo todo. Sempre serei grata por toda ajuda, palavra e acolhida]. Já que que ia alugar, decidi me dar o direito de viver onde sempre sonhei. Não sei bem o motivo, mas esse lugar sempre mexeu comigo, eu simplesmente TINHA que vir pra cá. Decidi que ia alugar um apartamento no centro por um ano para ver como seria e, depois, vejo o que será.
Hoje fiz um almoço delícia para celebrar um mês de casa nova e surgiu o assunto do blog. Achei que não teria melhor ocasião para colocá-lo no ar. O nome veio da união de duas das minhas fontes de inspiração. Os cinco minutinhos para apreciar o aroma e o sabor do café são indispensáveis na minha rotina, e eles sempre rendem ideias. Já a madrugada, bom, é a hora que mais gosto de escrever, o misto de silêncio e mistério sempre me encantou e desperta boas inspirações.
Em com café na madrugada irei contar como foi a minha trajetória em vir morar sozinha e as vivências que estou adquirindo em toda essa fase encantadoramente real. Na coluna “30 m² de pura felicidade” você irá ler os textos em que conto a minha história, escrevo sobre o lado legal, o difícil e os meus aprendizados nesse processo. Na coluna “tudo é uma troca” irei contar a história de pessoas que também moram sozinhas, além disso, dicas, receitas e todas as experiências que merecem ser trocadas.  E, como não poderia ser diferente, também irei escrever sobre sentimentos na coluna “falar de sentimento é fácil, o duro é pagar as contas”.
Bem-vindo ao meu cantinho virtual. Até o texto da semana que vem.
Abraços
Renata Forné Bernardino